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Completa no próximo mês o seu Jubileu de
Ouro o Monumento Cívico-Militar ou a Revolução Democrática Brasileira,
na realidade uma contra-revolução que salvou o País do caos para o qual
estava sendo conduzido e que postergou, por vários anos, o êxito de nova
tentativa de tomada do poder por uma minoria comunista, então
encastelada nos sindicatos e outras instituições, bem como em diversas
esferas do Governo.
Nossos detratores, os vencidos de então, que anistiamos na esperança de
paz e de concórdia nacionais, incansáveis, obliterados e empedernidos
que são, e outros que não viveram aqueles tempos sombrios mas que
procedem como “o papagaio de casa de tolerância do interior”, rotulam-no
de “Golpe Militar” que implantou a “ditadura” no Brasil. Este meio
século, para eles, significa “anos de chumbo”, ou “anos de escuridão”.
A técnica da propaganda aconselha que os slogans, os chavões, as
idéias-força, as palavras-chave, devem ser repetidas à larga, até
tomarem foros de realidade. E não faltam “marqueteiros” milionários,
vendedores de ilusão, para ajudar nesse mister, que conta com a ampla
difusão de certa mídia, comprada ou comprometida ideologicamente, e que
não respeita ética e nem tem compromisso com a verdade.
Se perguntarmos a um desses que engrossam tal corrente, até bacharéis,
se sabem o que caracteriza uma ditadura e quais são os parâmetros de uma
democracia, terão dificuldade em responder. Ignoram que todos os
Presidentes Militares foram eleitos pelo Congresso e que a maioria dos
países democráticos utiliza uma forma indireta de escolha de seus
mandatários. Nunca se deram conta – ou esqueceram-se, ou jamais lhes
disseram – por exemplo, que José Maria Alkmin, ex- Ministro da Fazenda
de JK, foi o Vice-Presidente de Castelo Branco, e que Aureliano Chaves,
ex-Governador de Minas Gerais, o foi de João Figueiredo. Não lhes
interessa lembrar que o MDB era o partido de oposição e que, por duas
vezes, chegou a lançar candidato à Presidência da República, derrotado
no voto. E que havia, circulando, jornais contra o governo, como, no Rio
de Janeiro, o Correio da Manhã….Ditadura?
Mas, por quê ocorreu, há meio século, o movimento de que estamos
falando? A situação nacional deteriora-se a tal ponto que se temia um
iminente golpe comunista, tal como o tentado em Novembro de 1935, para a
tomada do Poder. Eram greves em atividades essenciais, desabastecimento,
inflação galopante, comícios ameaçadores, serviços públicos em crise, as
intimidações da CGT. E a Nação, cuja voz era a voz de Deus, aflita,
temerosa, apelou para suas Forças Armadas – povo fardado que sempre, ao
longo dos tempos, estiveram a seu lado, pois nunca foram intrusas na
História Pátria.
Como bem escreveu o lendário Osório, “a farda não abafa o cidadão no
peito do soldado”. Sempre é bom lembrar a extraordinária “Marcha com
Deus e a Família pela Liberdade”, que congregou, em passeata cívica e
ordeira, um número incontável e inimaginável de bons brasileiros, de
iniciativa e coordenação de Senhoras da sociedade.
No âmago das Forças Armadas, a disciplina e a hierarquia, suas bases
constitucionais e verdadeiras cláusulas pétreas, eram violentadas às
escâncaras. Inspirados na velha tática napoleônica, tentaram
dividir-nos, para nos bater por partes. Falava-se, abertamente, em
“classe dos sargentos” e “classe dos oficiais”, como se não houvesse uma
classe militar única e indivisível, organizada em círculos hierárquicos,
sob uma disciplina comum. Teciam-se freqüentes loas aos chamados
“Generais e Almirantes do povo” – os “legalistas”, afinados com o
Governo e que colocavam a lealdade à figura do Presidente acima de seu
compromisso para com a Nação, pois só esta é eterna – e os “Gorilas”, os
que manifestavam preocupação com o estado das coisas e, por várias
vezes, haviam alertado o Governo para a situação preocupante, na
esperança de uma mudança sensata de postura. Mas o Comandante Supremo só
ouvia os “pelegos” que tinham livre acesso a ele.
Muitos não querem lembrar da revolta dos sargentos em Brasília; da
“Associação de Marinheiros e Fuzileiros”, que pregava abertamente a
insubordinação e cujos dirigentes, seguidos por outros, acabaram
refugiando-se no Sindicado dos Metalúrgicos, que lhes deu apoio e de
onde foram retirados, presos; da reunião no Automóvel Clube do Brasil,
no Passeio Público do RJ, com o incentivo e a presença de João Goulart,
e do espetáculo deprimente de praças carregando nos ombros um Almirante,
seu adepto – todos fardados -, demonstração inequívoca de quebra de
disciplina e de hierarquia. Não interessa mencionar os comícios
comunistas, a ação das Ligas Camponesas, dos “Grupos dos 11”… Era a
própria revolução marxista em marcha!
Vitorioso o movimento democrático, tão solicitado e aplaudido pela
maioria esmagadora da Nação e sem derramamento de sangue – diferente,
pois, do que ocorreu em outros países onde foi implantado, pela força, o
regime comunista – o Brasil ainda viveu anos difíceis, com o surgimento
da luta armada, nas cidades e no campo: assaltos, seqüestros, roubos,
atentados, guerrilhas. Foram os comunistas novamente derrotados e, outra
vez, não contaram com o apoio da população.
Mas, como resultado ou vingança, nossos detratores rotularam todos os
que, cumprindo ordens superiores, empenharam-se na defesa da democracia,
como “torturadores”, tal como dão, genericamente, a todo profissional da
área de Inteligência – essencial a qualquer Estado democrático – o
epíteto de “Araponga”.
Derrotados naquela luta, apresentam-se hoje como “heróis da democracia”,
cada qual fingindo ser um idealista que só queria o bem do Brasil… No
fundo, há um interesse por indenizações, bolsas e cargos. E um exemplo
dessa desigualdade e injustiça é patente: Mario Kozel Filho, um jovem
soldado que durante a prestação do Serviço Militar inicial, estava de
serviço de sentinela no Quartel-General do então II Exército, em S.
Paulo, foi vítima de um atentado terrorista e morreu; sua beneficiária
recebe pensão normal de 3º Sargento, graduação à qual foi promovido post
mortem, enquanto que o assassino que o matou, anistiado, recebeu polpuda
indenização e tem um salário mensal vitalício, isento de Imposto de
Renda…
Guerrilheiros de ontem, condenados hoje por outros crimes recentes de
corrupção e afins, têm a desfaçatez de se declararem “presos políticos”.
De seus companheiros de aventura, hoje no Poder?
As obras destes cinqüentas anos aí estão, Brasil afora. É impossível
alinhá-las todas nestas poucas linhas. Bem feitas, porque construídas
com competência, honestidade e fiscalização. Ninguém foi acusado de
corrupção. Não houve majoração indecorosa de preços, nem “mensaleiros”,
tampouco dinheiro na meia ou na cueca, nem lavagem e depósitos em contas
em paraísos fiscais. Aqueles que as edificaram morreram pobres. Mas,
para os detratores sempre ativos, é imperioso desvinculá-las daqueles
que as idealizaram e tornaram-nas realidade. Daí até o nome de algumas
tentam agora mudar. Na modesta placa de bronze colocada na Ponte Costa e
Silva, lê-se: “…É um exemplo da determinação do Povo Brasileiro em
caminhar firmemente para o futuro.” Este era o espírito nacional àquela
época! Os jovens cantavam: “Pra frente, Brasil!” Hoje, uma entidade que
parece não ter nada mais para fazer, quer mudar-lhe o nome. Está olhando
pelo retrovisor da História! Será que pretende retirar o nome de Getúlio
Vargas, ou Presidente Vargas, que exerceu, verdadeiramente, o governo
ditatorial, do Estado Novo, dado a inúmeras cidades, usinas, escolas,
hospitais e tantos outros logradouros públicos, no País, de Norte a Sul?
E a propósito, não reconhecem que tal ditadura de quinze anos só teve
fim, na realidade, quando do regresso vitorioso dos nossos pracinhas que
lutaram contra o nazi-fascismo no Teatro de Operações da Itália.
Agora, usando a mesma tática do grande general francês antes mencionado,
procuram separar o “Exército de hoje” do “Exército de ontem”, fosso este
que tentam cavar também nas outras Forças Singulares. Como se iludem! As
infiltrações sensíveis de antes de 1964 nelas não se repetiram. Somos
todos, da Ativa, da Reserva e Reformados, uma classe que pensa igual,
que está alerta e vigilante, que troca idéias e que quer o progresso do
País e o bem-estar do povo.
O Brasil, que nasceu sob a sombra da cruz e que, como diz o cancioneiro
popular, “é bonito por natureza e abençoado por Deus”, será sempre uma
nação cristã, fraterna e acolhedora, amante da paz, livre e democrata.
Jamais será dominada pelos comunistas, mesmo que isto custe a vida de
muitos. É o nosso compromisso. |
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